segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Gruta do Escoural_ um novo contributo para a sua divulgação



Descoberta em 1963, a Gruta do Escoural manteve durante cerca de 2 décadas o exclusivo absoluto da representatividade da arte rupestre paleolítica no território português. No início dos anos 80, a descoberta dos cavalos magdalenenses do Mazouco, nas margens do Douro, representou o primeiro abalo nessa exclusividade, confirmado em 1994 com as fantásticas descobertas no Vale do Côa. Graças sobretudo a este último caso, houve que alterar muitos dos conceitos vigentes sobre a "arte paleolítica": esta era menos rara do que se supunha, não era apenas uma "arte da escuridão" e afinal, a sua expansão territorial acompanhara a expansão universal do Homem moderno, muito para além do núcleo franco-cantábrico onde pela primeira vez fora reconhecida no final do Século XIX (ainda que depois de acesso debate e muita polémica). Nada disto, é claro, retirou interesse e importância à pequena cavidade localizada nos arredores da pequena vila de Santiago do Escoural, entre Montemor e Évora. Queixam-se, no entanto, os potenciais interessados das dificuldades em visitar este local, afinal localizado numa região que atrai já um crescente número de turistas motivados não só pela paisagem alentejana, ou pelo património urbano de Évora, mas também pela reconhecida riqueza megalítica deste território. De facto, a visita ás grutas rupestres é sempre muito condicionada pelos factores conservacionistas, agravados neste caso pelas modestas dimensões da cavidade que impedem o acesso a grupos numerosos. Por outro lado, e como é sabido, as instituições públicas (a Gruta, felizmente, para além de Monumento Nacional, é propriedade do Estado, afecta à DRCALEN) apesar dos investimentos realizados nos últimos anos na valorização de sítios e monumentos públicos, têm cada vez mais dificuldades em resolver problemas que dependam essencialmente da contratação de pessoal. E, este é um daqueles casos cuja visita, por razões de informação, conservação e segurança ,depende em absoluto do acompanhamento de um guia.

De qualquer modo, ainda que com algumas limitações e desde que programando a visita com um mínimo de antecedência, é possível, individualmente ou em pequenos grupos, visitar a Gruta do Escoural, de 3ª a Sábado. Para isso deverá contactar-se telefonicamente o respectivo Centro de Interpretação, localizado na própria vila, de acordo com todas as indicações que pode encontrar na página da DRCALEN:

http://www.cultura-alentejo.pt/patrimonio_construido,8,lista.aspx

(Nota importante: por vezes, não é fácil conseguir logo o atendimento telefónico, pois há apenas uma guia/recepcionista que se encarrega da gestão do Centro Interpretativo e que acompanha também os visitantes à Gruta. Mas pode deixar mensagem ou insistir um pouco mais tarde...)

Caso não pense para já visitar este local, sempre poderá ter uma ideia do significado arqueológico deste local, graças ao VIDEO recentemente produzido pela equipa do MORBASE, projecto de divulgação digital do património de Montemor-o-Novo, acolhido pelo respectivo município e no qual tive oportunidade de colaborar.

Video da MORBASE sobre a Gruta do Escoural

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