quarta-feira, 1 de julho de 2015


Paisagens arqueológicas a Oeste de Évora

Por um dos acasos da vida que não teve nada a ver com Arqueologia, acabei por me mudar, vai já para duas décadas, de Évora para  Guadalupe. Tinha acompanhado, ainda como Director do antigo e já histórico Serviço Regional de Arqueologia da Zona Sul, trabalhos arqueológicos nesta zona a Oeste de Évora, nomeadamente um interessante projecto internacional, iniciado ainda nos tempos do meu antecessor, o Dr. Caetano de Mello Beirão, que dava pelo nome de Évora Archaeological Survey, coordenado por Colin Burgess da Universidade de Newcastle, as escavações do Mário Varela Gomes nos Almendres, as campanhas da Luisa e da Catarina Viegas com a Inês Vaz Pinto na villa romana da Tourega, o projecto sobre o megalitismo de Vale Rodrigo dos meus amigos Philine Kalb e Martin Hock. Mais tarde, já noutros contextos, surgiram ainda os trabalhos de Manuel Calado em Vale Maria do Meio. De algum modo, é sobre todos esses sítios e projectos que nos dá conta um pequeno mas interessante livro editado nos anos 90 pela C.M.Évora e coordenado pelo Takis, o arqueólogo (grego) funcionário da autarquia desde os anos oitenta e então verdadeiramente o elo de conexão entre quase todos estes projectos e a "máquina" municipal, e que dá pelo sugestivo nome de "Paisagens Arqueológicas a Oeste de Évora".  Muitas vezes, faço o périplo por estes sítios, quase sempre acompanhando colegas arqueólogos de passagem pela região. Há poucos dias recebi em Évora o Nicolas Cawe, arqueólogo belga antigo aluno e colaborador de Marcel Otte na Universidade de Liége e que, nessa qualidade participou activamente entre 1989 e 1992, no projecto luso-belga do Escoural. Actualmente, é arqueólogo no Museu Arqueológico Real de Bruxelas e nessa qualidade tem desenvolvido investigação na Ilha da Páscoa, nomeadamente sobre as culturas relacionadas com as célebres estátuas "moais" . Foi pois com imenso prazer que acompanhei o Nicolas e os amigos belgas com que viajava, nesta redescoberta das paisagens arqueológicas a Oeste de Évora. E como um dos amigos belgas é um conhecido organista profissional (Jean Fernand),


terminámos a nossa viagem com um "concerto privado" no órgão da Catedral de Évora, considerado o mais antigo do país, ainda em funcionamento.



Na Anta Grande do Zambujeiro


Na Gruta do Escoural

Nos jardins do Conventinho de Valverde

Anta-capela de São Brissos

Nas ruínas romanas da Tourega

Sem comentários:

Enviar um comentário